NOVO TEMPO FEMININO

este blog é para repensar a condição feminina, avanços, frustrações, mas acima de tudo; buscar juntas soluções no campo das idéias e sugestões práticas para avanços de fato e não na teoria.

Monday, January 22, 2007

MULHERES DO MUNDO


mulher com rosto destruido por ter sido condenada pela familia: Como ousa me derstruir?

MULHERES DO MUNDO


uma mulher sendo julgada pela familia. " Quem sois para me julgar?"

MULHERES DO MUNDO


Na força da cor, a força da raça. Mulheres que marcam sua presença.

Sunday, January 21, 2007

LIBERDADE FEMININA


O movimento feminista lutou para dotar mulheres dos mesmos direitos que o homem para livrá-las de uma serie de clichês que a cercavam num mundo dominantemente masculino que afinal, serviam para controlá-las melhor.A libertação feminina não foi um fracasso total, mas ela convive ainda hoje com paradoxos e contradições que partem do próprio pensamento das mulheres.O que é mais chocante é perceber que as mulheres podem ser responsáveis pela própria continuidade desses estereótipos pré feministas sem dar conta disso.Por exemplo, afirmar que as mulheres são seres intuitivos pode tirar algumas garotas do caminho dos estudos de ciência exatas. Dizer que as mulheres são instáveis (porque são reguladas por hormônios) ou naturalmente passivas pode significar dizer que a política é um campo sério demais para elas.Trecho da reportagem:Folha São Paulo moda dia 16/12/06 pesquisadora Christine Detrez e Anne Simon

Sunday, January 14, 2007

MULHER E CERVEJA

Matéria da Folha de São Paulo 03 de janeiro de 2007

TENDENCIAS / DEBATES
A cerveja e o assassinato do feminino
Há muitas formas de se assassinar uma mulher; revolveres, facas, espancamentos, cárcere privado, torturas continuas. Mesmo com um ativismo feminista que tem pautado a violência contra as mulheres como uma das piores mazelas nacionais, a estrutura hierarquizada das relações entre os gêneros resiste, revelando-nos que há múltiplas fontes que alimentam o ódio feminino.
Como não ficar estarrecida com a reiterada violência contra as mulheres nos comerciais de cerveja? Com raras exceções, a estrutura dos comerciais não muda; a mulher quase desnuda, a cerveja gelada e o homem ávido de sede. As campanhas são direcionadas para o homem, aquele que pode comprar.
Alguns exemplos: uma mulher faz uma pequena dissertação sobre a cerveja para uma audiência masculina incrédula por sua inteligência. Logo o mal entendido se desfaz: claro, uma mulher não poderia saber tantas coisas, se não tivesse como mentor um; a mulher e engarrafada, transformada em cerveja; um mestre obsceno infantiliza e comete assedio moral contra a discípula; ela e a BOA. Quem? O que? A mulher ou a cerveja? Todos os comerciais são de cervejas diferentes e estão sendo exibidas simultaneamente.
Nesses comerciais não há metáforas. A mulher não é como se fosse à cerveja: é a cerveja. Ela esta ali para ser consumida silenciosamente, passivamente, sem esboçar reação, pelo homem. Tão dispensável que pode ser substituída por uma boneca sirigaita de plástico, para o jubilo de jovens rapazes que estão ansiosos pela aventura de verão.
Se já criminalizamos alguns discursos porque são violentos, não e possível continuarmos passivamente consumindo discursos misóginos a cada dia, como se o mundo da televisão não estivesse ligado ao mundo real, como se as violências ali transmitidas tivessem fim no click do controle remoto. Embora a matéria prima para elaboração desses comerciais esteja nas próprias relações sociais, nas performances ali apresentadas há uma potencializarão da violência. Não há uma disjunção radical entre a violência simbólica e a física. Há um processo de retroalimentacao.
A força da lei já determinou que os insultos racistas conferem ao emissor a qualidade racista. Também caminhamos para a criminalização da homofobia em suas múltiplas manifestações, inclusive dos insultos. Porque, então, devemos continuar repetidas vezes ao longo do dia escutar piadas misóginas, alimentando a crença na superioridade masculina sem uma punição aos seus agressores.
Sabemos da força da palavra para produzir o que nomeia, sabemos que uma piada homofóbica, racista, esta amarrada a um conjunto de permissões sociais e culturais que autoriza o piadista a transformar o outro no motivo do seu riso. Agora, é incalculável o estrago que imagens reiteradas de mulheres quase desnudas, que não falam uma frase inteligente, que estão ali para servir à sede masculina, inviabilizadas em duas tacadas, provocam na luta pelo fim da violência contra mulheres.
Da mesma forma que o``piadista``racista e/ou homofóbica acha que tudo não passa de ``brincadeira``, o marqueteiro misógino supõe que sua ``obra prima``apenas retrata uma verdade aceita por todos, inclusive por mulheres: elas existem para servir aos homens. E como é uma verdade aceita por todos, por que não brincar com ela? Ou seja, nessa lógica, ele não estaria fazendo nada mais do que reafirmar algo posto. Será? Não é possível que defendam aquela sucessão de imagens violentas como``brincadeiras``.essa ingenuidade não cabe a alguém que sabe a força da imagem para criar desejos.
O que pensam os formuladores dos comerciais? Que tipo de mulheres habita seus himaginarios? Porque essa obsessão pelos corpos femininos? Será que ainda pensam que as mulheres não consomem cerveja?não se trata de negar a mulher consumível,,coisificada pela mulher consumidora, mas apontar os limites de uma estrutura de comercial que peca inclusive em termos mercadológicos.
Tal qual o assassino que matou sua esposa acreditando que sua masculinidade esta ligada necessariamente á subordinação feminina, a cada gole de mulher, o homem sente-se como em um ritual, mais homem. Conforme ele a engole, ela desaparece de cena para surgir à imagem de um homem mais satisfeito, feliz; afinal matou sua sede. É um massacre simbólico ao feminino. É uma violência que alimenta e se alimenta da violência presente no cotidiano contra as mulheres.


Assina a matéria, Berenice Bento doutora em sociologia, pesquisadora associada do Departamento de Sociologia da UnB e autora do livro A Reinvenção do Corpo: Sexualidade e gênero na experiência transexual.

Tuesday, January 09, 2007

LIBERDADE FEMININA

O movimento feminista lutou para dotar mulheres dos mesmos direitos que o homem para livrá-las de uma serie de clichês que a cercavam num mundo dominantemente masculino que afinal, serviam para controlá-las melhor.
A libertação feminina não foi um fracasso total, mas ela convive ainda hoje com paradoxos e contradições que partem do próprio pensamento das mulheres.
O que é mais chocante é perceber que as mulheres podem ser responsáveis pela própria continuidade desses estereótipos pré feministas sem dar conta disso.
Por exemplo, afirmar que as mulheres são seres intuitivos pode tirar algumas garotas do caminho dos estudos de ciência exatas. Dizer que as mulheres são instáveis (porque são reguladas por hormônios) ou naturalmente passivas pode significar dizer que a política é um campo sério demais para elas.


Trecho da reportagem:
Folha São Paulo moda dia 16/12/06 pesquisadora Christine Detrez e Anne Simon